domingo, 21 de setembro de 2014

Assassin's Creed Revelations

Crítica

Pressa em entregar um game por ano prejudica a experiência da série de ação.

Ubisoft, que atingiu a excelência na série em Assassin's Creed: Brotherhood, correu para entregar um novo game. As novidades trazidas à franquia em Assassin's Creed Revelations não justificam um game completo, ainda que o jogo continue lindíssimo, com diálogos excelentes e pesquisa extremamente caprichada.
A trama precisa avançar décadas em relação ao último jogo, de certa maneira uma prova de que o arco de história de Ezio Auditore de Firenze estava satisfatoriamente terminado. Aqui, o líder dos Assassinos - envelhecido - vai ao Oriente Médio em busca de segredos perdidos de sua ordem, que são revelados através de flashbacks de outro personagem da série, Altaïr. Assim, considerando o fato de que Desmond Miles, o sujeito que é submetido ao Animus (aparelho que o faz reviver suas memórias genéticas) desde o primeiro game, foi o único que terminou a história do jogo anterior com problemas, havia apenas uma história que precisava de verdade ser continuada - e poderia ter sido realizada com novos personagens e situações inéditas, caso os desenvolvedores dispusessem de mais tempo.

Equipado com os recursos habituais, você precisa dominar áreas para ganhar novos assassinos e recursos, minando as forças dos Templários, enquanto realiza as missões que levam a trama adiante. Não há mais missões paralelas importantes (como as de Da Vinci em Brotherhood) ou mistérios interessantes, como a irmandade lupina romana ou os enigmáticos quebra-cabeças encontrados em monumentos. O game está muito mais linear - ainda que tenha uma nova facção, os ciganos.
As únicas três novidades dignas de nota são desequilibradas. A primeira delas, as bombas, é excelente. É possível combinar ingredientes para criar armas de destruição, dissimulação ou estratégia com efeitos diversos. É divertido empregá-las.
A outra novidade é um mini-game de "tower defense" . A versão Assassin's Creed desse passatempo viciante é tediosa e malfeita.

Uma terceira tentativa de trazer novidade, as fases incorpóreas de Desmond na "Ilha Animus" são igualmente mal-ajambradas. Esses desafios geométricos são meras distrações no todo e uma desculpa para empregar os fragmentos de memórias encontrados no mapa.
Toda a sequência para recuperar a última chave, a única que parece ter sido efetivamente planejada como um diferencial para este game. Junte a isso todo o clímax (muito) empolgante, como um filmaço de ação, e as "Revelações" do título e este Assassin's Creed, se não é o melhor da série, ao menos se sustenta como a promessa de algo ainda melhor para o futuro. Resta a Ubisoft ajudar e, com calma, entregar um jogo tão inusitado quanto a primeira aventura de Altaïr. A série é boa demais para ser tratada assim, às pressas.

Fonte: Omelete.

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